Crônicas e comentários de Danilo Menezes. Jornalista brasileiro da Bahia, atualmente morando em Toronto, Ontario, Canada.
27.7.04
Filme-bomba
Nunca, na história do cinema, um filme teve tanto peso político como o documentário Fahrenheit 11 de Setembro (Fahrenheit 9/11, EUA, 2004), do cineasta e escritor americano Michael Moore (www.michaelmoore.com), que estréia em todo o país esta semana. O filme poderá ter importância decisiva na reeleição ou não de George W. Bush.
Ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o filme-denúncia é um libelo anti-Bush, no qual são revelados fatos que parecem claros ao mundo inteiro, menos aos americanos. Ou não pareciam. A ligação de Bush com a família Bin Laden, riquíssima e proprietária de empresas nos Estados Unidos. Os interesses econômicos na Guerra do Iraque. A ocultação pela mídia americana de cenas como mortes dos soldados e seus funerais. O recrutamento de jovens desempregados para lutar na guerra. Os dramas familiares de quem perdeu parentes em combate.
O filme já rendeu 100 milhões de dólares nos Estados Unidos. É um recorde de bilheteria para um documentário. Michael Moore é autor dos livros Stupid white man: uma nação de idiotas e Cara, Cadê o meu país?, que relatam aspectos que desconstróem a imagem dos Estados Unidos como país democrático e igualitário.
Na primeira parte do filme, o foco recai em aspectos políticos do governo Bush, inclusive com a informação que o presidente passou de férias grande parte do tempo de governo antes do atentado de 11 de setembro. Do meio para o final, são mostradas as estratégias pouco eficazes para combater o terrorismo, além de dramas familiares, americanos e estrangeiros, relacionados à guerra do Iraque. Fahrenheit 9/11 traz tantas informações da política americana, que é necessário um certo tempo para serem digeridas por pessoas de outros países, menos acostumados àqueles personagens em seus noticiários.
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