28.7.04

Explicando
Vou traduzir a receita do post do dia 24.07. Inventei de preparar um sarapatel de carneiro. O sarapatel é tradicionalmente feito com os miúdos do porco, mas o de carneiro também é excepcional, fica mais leve. Encontrei no mercado um kit congelado, do frigorífico Baby Bode, com os pedaços já limpos e cortados. Foi o suficiente para dar me coragem para o preparo, já que as etapas mais chatas, de limpeza e corte, estavam vencidas.

Recorri aos meus livros de receitas de cozinha baiana, que venho comprando desde o trabalho de conclusão de curso, que versou sobre o assunto. Encontrei quatro modos de preparado, relativamente parecidos. O que sempre acontece nessas situações, tomo a receita como um roteiro prévio, sigo alguns passos, mas acabo preparando ao meu modo.

Lá fui eu. Primeiro, lavei o sarapatel com bastante limão. O sangue veio separado, dentro de um saquinho plástico. Tudo organizado. Cortei os temperos, refoguei, adicionei os pedaços dos sarapatel, coloquei o vinagre necessário e pus o restante dos temperos. Achei que passei da conta no vinagre. Na próxima vez, menos.

Pus na panela de pressão, "só prá ver se eu cozinho mais depressa", como diz aquela música fajuta. Mesmo assim, demorou um tempão para cozinhar. Acho que em uma panela comum o sarapatel demoraria quase duas horas para amaciar.

O resultado foi ficando bom. Servi pequenas porções, fiz pequenos pratos, para ir provando aos poucos, acompanhado de farinha de mandioca. Cada hora que experimentava, pensava: "Ainda precisa cozinhar mais um pouco para ficar macio". Mais cozimento, mais um pratinho, experimentava novamente. "Só mais um pouco". Não deu tempo de cozinhar até o ponto ideal. Devorei tudo antes.

Antes que me achem com cara de glutão em excesso, a quantidade do sarapatel não era tão grande assim e ainda houve comensais adicionais, como sempre ocorre nessas ocasiões. Eles vêm flutuando pelos ares e se aproximando por causa do cheiro.

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