19.7.04

Bunda quadrada

Ontem foi dia de sessão tripla de cinema. A tarde começou no Multiplex Iguatemi, às 13h30, único horário em que é possível assistir algum filme com tranquilidade no domingo. O primeiro filme foi A Batalha de Riddick, com o fortão Vin Diesel (O Vingador, Triple X) e Judi Dench (Hamlet e Shakespeare Apaixonado), uma ficção científica com muitas cenas de porrada.

Os efeitos especiais, que formam ambiente de videogame, não são suficientes para segurar o roteiro frágil, sem pé nem cabeça, que retrata batalhas entre planetas. Vin Diesel faz o papel de Riddick, bandido perseguido por caçadores de recompensas, que acaba escalado para ser a salvação geral.

Os críticos e resenhistas de cinema são eventualmente acusados de terem reservas com o cinema-pipoca. Mas quando uma grande produção tem qualidade, os elogios acontecem. Independentemente de ser filme de lutas, amor, drama ou aventura. O orçamento de A Batalha de Riddick foi de US$ 105 milhões, é uma superprodução. No entanto, o faturamento, em um mês, só chegou a US $60 milhões. Bem abaixo de Homem Aranha 2, por exemplo. Depois ainda dizem que o grande público não nota que um filme é ruim.

Já no Cinema do Museu, o segundo filme foi a comédia Falando de Sexo (EUA,2004), com James Spader, Melora Walters e Bill Murray. Engraçadíssimo. Um casal com problemas no relacionamento procura terapeutas que causam ainda mais confusão. Personagem neuróticos que lembram criações de Woody Allen, só que com humor um pouco mais escrachado.

Um filme que brinca com o envolvimento dos psicoterapeutas com os seus pacientes, aí incluídas as questões éticas de trabalho. Uma lembrança daquela velha e debochada máxima de que os terapeutas têm mais problemas que aqueles que os procuram. James Spader, como sempre, excepcional na atuação.

A terceira sessão, ufa, foi Jogo de Sedução (Inglaterra, Espanha, 2003), com Gael García Bernal, Natalia Verbeke e James Darcy. O filme começa meio água-com-açúcar: o draminha de uma noiva que se interessa por outro na véspera do casamento. A narrativa vai evoluindo, alguns segredos vão se revelando e o desfecho mistura ficção e realidade, dentro do próprio filme. É um trabalho bacana, mas que não fornece a Bernal a oportunidade de mostrar o melhor do seu talento, como em E Sua Mãe Também e Diários de Motocicleta.

No filme, falado em inglês, ele é um brasileiro de ascendência inglesa. A atriz Natalia Verbeke faz o papel de uma espanhola de Madrid radicada na Inglaterra. Por conta disso, há vários clichês da cultura da Espanha, que soam um tanto artificiais, sem carga emocional que dê veracidade. O problema parece ser da atriz. O ator James Darcy tem semelhança física com Rodrigo Santoro.

No comments: